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Beatriz Catta Preta/foto:Estadão |
Beatriz Catta Preta é uma especialista em acertos de delação premiada, um artifício legal sancionado pela Presidente Dilma Rousseff. Na operação Lava Jato, nove delatores eram seus clientes, e a colaboração deles levou a prisão de outros envolvidos, causando revolta no mundo político, inclusive na própria presidente, que afirmou não respeitar delatores. E a cada prisão nascia um novo delator em busca de redução de pena.
Catta Preta atuava no maior caso de corrupção do Brasil, um dos maiores do mundo, poderia se tornar uma das mais célebres advogadas da história. Mas, de repente, abandona todos os seus clientes, fecha seu escritório e encerra sua carreira. Sua decisão coincide com a mudança do depoimento de Júlio Camargo, um dos seus cliente, que acusou o deputado federal Eduardo Cunha, presidente da Câmara, de ter exigido propina de 5 milhões de dólares no esquema da Petrobras. Sua saída também coincide com a prisão de Leo Pinheiro, presidente da empreiteira OAS, amigo do ex-presidente Lula, cuja delação já estava pronta, segundo uma revista de circulação nacional.
Os esquemas desmantelados pela Polícia Federal são verdadeiras organizações mafiosas. Sendo assim, fica no ar o mistério envolvendo a saída da advogada. Ela disse em entrevista para a TV Globo e para o jornal O Estado de S. Paulo que vinha sendo pressionada e ameaçada, de forma indireta, por pessoas envolvidas no escândalo. Preocupada com a sua segurança e a da sua família, decidiu largar tudo.
Será que Catta Preta, especialista em delação, não devia usar toda a mídia a seu favor e fazer sua delação, contando claramente quem fez as ameaças? Ora, um caso com repercussão internacional lhe traria a proteção necessária e ajudaria a elucidar melhor esse mistério.
Ou será que ela preferiu ser premiada pela não delação, recebendo assim a proteção dos mafiosos?
É sempre bom lembrar que todos que se voltam contra os chefões costumam ter um triste fim. Foi assim com Celso Daniel, que apareceu morto misteriosamente; com Malhães, um coronel do tempo da ditadura que disse na Comissão da Verdade que se sentia ameaçado, mesmo assim falou demais e apareceu morto em sua casa dois meses depois. Andrea Pinho, delegada que investigava a participação de Lula no mensalão optou pela vida e saiu do caso misteriosamente, assim como fez agora a advogada Beatriz Catta Preta.
A máfia assusta, mas o povo verá sempre os heróis naqueles que a combatem.
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