![]() |
Eduardo Cunha |
Acusado de exigir propina de 5 milhões de dólares por um
delator, Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, reuniu-se com o
vice-presidente da República Michel Temer para anunciar o rompimento de
relações com o governo. Disse que a delação foi arquitetada pelo
procurador-geral da República Rodrigo Janot e que é uma “vingança do planalto”.
Prometeu uma coletiva para esta sexta feira, 11 horas, quando anunciará o fim
da relação.
Há dois pontos que gostaria de analisar:
1 - O que significa “romper com o governo”? O presidente da
Câmara deveria trabalhar visando o bem geral e não para agradar ou desagradar esta
ou aquela vontade do Executivo. Os sentimentos rancorosos de Eduardo Cunha não
podem influenciar nas decisões do plenário e prejudicar aprovações de projetos
importantes para a sociedade somente para retaliar outro Poder.
2 – A delação premiada é um instrumento usado para facilitar
as investigações. Não provar o que diz ou mentir pode não trazer nenhum
benefício ao criminoso delator ou até agravar sua pena. Portanto, para se
arriscar numa mentira deste tamanho é preciso uma contra-partida que valha a
pena. O que o planalto teria oferecido ao empresário Júlio Camargo , o delator, para mentir?
Quais pressões ele teria sofrido para envolver o presidente da Câmara dos
Deputados neste escândalo?
Vamos aguardar a coletiva.
Comentários
Postar um comentário
Expresse sua opinião com liberdade e respeito.